domingo, 19 de julho de 2020

Principesca!

SE SOU UMA GAROTA INCRÍVEL, por quê eu me sinto tão vulnerável?
Quando jovem me sentia sempre deslocada.
Hoje vejo como fui legal, cool mesmo. Entretanto, passei a vida achando que não.
Eu gostava de filmes, era bagunceira na escola, via filmes adultos tipo "lua de fel" e lia livros que não eram da minha idade. Tudo bem. Eu não podia ir longe mesmo para pegar livros- não tinha grana.
Fazia magias, rituais e lia tarô.
Na universidade eu queria ser fashion e princesinha com kit completo: pais amorosos,
família incrível, cabelos glamourosos, baladas fantásticas e tudo mais… quem não quer algo
assim? Kit sucesso!
Nunca fui perfeitinha e tentei inventar uma história assim… parecida com esta. Obviamente
não deu certo, porque sempre existirão pessoas para te lembrar quem você é de verdade. Ou melhor,
quem você não é.
Produzir uma história para encaixar é o primeiro passo para empacar a vida.
O curso natural das coisas, suas histórias reais é como a jornada do rio até o mar, desce-se
por caminhos sinuosos numa interminável caminhada rumo ao que se busca, no caso do rio- o mar.
Não se pode trair sua própria história, mas aproveitar o que há de melhor.
Quisera eu, continuar lendo tarô, colecionando pedras energéticas e invocando a natureza.
Eu cresci.
...mas ainda sou aquela.
Hoje, o que quero mesmo é rir de minhas melhores histórias, superar definitivamente as
coisas ruins que aconteceram e valorizar tudo que vivo. 
Agora. Neste momento.
Nada principesca.
Nunca fui.
Nunca serei.
... E pra falar a verdade, achei esse personagem chato.

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